19.5.12

Pequeno Dicionário Amoroso (1997)



Origem: Brasil
Diretor: Sandra Werneck
Roteiro: José Roberto Torero, Paulo Halm
Com: Daniel Dantas, Andréa Beltrão, Tony Ramos, Glória Pires

Leve, divertido e despretensioso, o filme de Sandra Werneck nos apresenta o amor de A a Z (ou a X), visto tanto por olhos femininos quanto  masculinos!



Concebido em capítulos /verbetes, Pequeno Dicionário Amoroso é uma ficção com jeitão de documentário, intercalando cenas de ação com planos fixos de depoimentos, em que os  personagens nos olham diretamente nos olhos e nos expõem suas mais sinceras opiniões e teorias acerca desse estranho sentimento chamado Amor.

O filme se concentra basicamente na história de amor vivida por Gabriel (Daniel Dantas) e Luiza (Andréa Beltrão), desde o seu mais tenro despertar, cheio de magia e encantamento, até o seu triste fim, repleto de desilusões e angústias. A  experiência do casal serve assim de amostra para uma tentativa de explicação do ciclo do amor, apresentada de maneira divertida e didática, ora sob o prisma masculino, ora por meio do olhar feminino. Ora sob o viés racional da ciência, ora sob o espírito romântico e sonhador que existe lá dentro de cada um de nós.

A música, composta por Ed Motta e José Nabuco, ocupa um lugar de destaque no filme, embalando várias cenas de paixão e de desilusão dos personagens.

O filme de Sandra Werneck nos induz a enxergar o amor como algo que vem e que vai... naturalmente! Como um ciclo, composto de fases que têm seu início no A, se encerram no Z, depois retornam ao A para fazerem tudo recomeçar. A vida vai, então, seguindo seu curso natural, repleta de amores que vêm e que vão.

Há aí, neste conceito, uma mistura de pessimismo e otimismo com relação às relações amorosas. Pessimismo quanto aos relacionamentos duradouros, como se esta modalidade fosse algo de uma raridade extrema, praticamente impossível de ser vivida, ou até mesmo anti natural. Otimismo ao sugerir que, mesmo diante da não possibilidade do “amor eterno”, a vida acaba nos compensando com não apenas uma, mas duas, três, quatro ou várias outras histórias de amor, sempre tão intensas e destroçantes como a primeira.

Qual das opções é a melhor? Nenhum dicionário será jamais capaz de responder! É preciso viver!

Lilia Lustosa