21.9.12

Olga (2004)




Origem: Brasil
Diretor: Jayme Monjardim
Roteiro: Rita Buzzar
Com: Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda Montenegro, Eliane Giardine, Osmar Prado

Um filme tocante, belo, triste e extremamente sensível!

Inspirado na biografia escrita por Fernando Morais, o primeiro filme de Jayme Monjardim para o cinema conta a história de Olga Benário Prestes. Alemã, judia, comunista, rebelde, revolucionária e sedenta de justiça.

Filha de pais ricos, Olga nunca se conformou em ser espectadora da história. Seu sonho era o de agir em favor da justiça, o de colaborar pela construção de um mundo mais igual, com menos fome e pobreza. E para tanto, ela acreditava que o caminho era o comunismo. Engajou-se no Partido Comunista ainda bem jovem, saiu de casa e tornou-se uma “companheira”. Aprendeu a lutar, a se defender, a matar, a tornar-se fria o suficiente para nunca perder de foco seus objetivos.

Porém, ao ser designada para uma missão – a de proteger o companheiro Luís Carlos Prestes em seu deslocamento do exílio na União Soviética ao Brasil – ela acaba por ver sua frieza “amornada”, chegando a sentir que perdia um pouco seu foco, em função da paixão arrebatadora pelo líder comunista brasileiro.

E é justamente nessa história de amor que o filme de Monjardim se atém, apresentando-nos o período em que Olga Benário e Luís Carlos Prestes se rendem ao sentimento que vai se tornar, provavelmente, uma de suas grandes fraquezas, servindo inclusive de arma para seus oponentes. A História (com H maiúsculo) passa aqui a ser apenas pano de fundo para o romance entre os dois revolucionários.

O filme é escuro, com a predominância dos tons verde oliva, marrom, sépia, preto, e, muitas vezes, com uma pitada de vermelho – sem dúvida, um contraponto que fisga imediatamente nosso olhar. Vermelho do partido comunista, vermelho da suástica nazista, vermelho de tanto sangue derramado ao longo da História.

Por se tratar de um romance, mais do que de um filme de História, o trabalho de Monjardim foi bastante criticado pelos especialistas em cinema na época de seu lançamento, que julgaram o filme muito “meloso”, mais para telenovela do que para sétima arte.

É verdade que Olga apela principalmente para nossos sentimentos, para nossas emoções, fazendo-nos torcer mais pelo casal do que pela História.  No entanto,  isso não impede o filme de ser bonito, tocante e até mesmo interessante do ponto de vista histórico, já que ele é capaz de despertar o interesse sobre esse período terrível por que passou nosso País e o mundo. Sendo, assim, plenamente capaz de levar o público a ir atrás de mais informações sobre esta grande mulher que foi Olga Benário Prestes.

Conselho básico: preparem o lenço!

Lilia Lustosa